domingo, 28 de agosto de 2011

Último texto México 70 : Crônica de Armando Nogueira


México 70
Armando Nogueira
México 70 - E as palavras, eu que vivo delas, onde estão? Onde estão as palavras para contar a vocês e a mim mesmo que Tostão está morrendo asfixiado nos braços da multidão em transe? Parece um linchamento: Tostão deitado na grama, cem mãos a saqueá-lo. Levam-lhe a camisa levam-lhe os calções. Sei que é total a alucinação nos quatro cantos do estádio, mas só tenho olhos para a cena insólita: há muito que arrancaram as chuteiras de Tostão. Só falta, agora, alguém tomar-lhe a sunga azul, derradeira peça sobre o corpo de um semi-deus.
Mas, felizmente, a cautela e o sangue-frio vencem sempre: venceram, com o Brasil, o Mundial de 70, e venceram, também, na hora em que o desvario pretendia deixar Tostão completamente nu aos olhos de cem mil espectadores e de setecentos milhões de telespectadores do mundo inteiro. E lá se vai Tostão, correndo pelo campo afora, coberto de glórias, coberto de lágrimas, atropelado por uma pequena multidão. Essa gente, que está ali por amor, vai acabar sufocando Tostão. Se a polícia não entra em campo para protegê-lo, coitado dele. Coitado, também, de Pelé, pendurado em mil pescoços e com um sombrero imenso, nu da cintura para cima, carregado por todos os lados ao sabor da paixão coletiva.
O campo do Azteca, nesse momento, é um manicômio: mexicanos e brasileiros, com bandeiras enormes, engalfinham-se num estranho esbanjamento de alegria.
Agora, quase não posso ver o campo lá embaixo: chove papel colorido em todo o estádio. Esse estádio que foi feito para uma festa de final: sua arquitetura põe o povo dentro do campo, criando um clima de intimidade que o futebol, aqui, no Azteca, toma emprestado à corrida de touros.
Cantemos, amigos, a fiesta brava, cantemos agora, mesmo em lágrimas, os derradeiros instantes do mais bonito Mundial que meus olhos jamais sonharam ver. Pela correção dos atletas, que jogaram trinta e duas partidas, sem uma só expulsão. Pelo respeito com que cerca de trezentos profissionais de futebol se enfrentaram, músculo a músculo, coração a coração, trocando camisas, trocando consolo, trocando destinos que hão de se encontrar, novamente, em Munique 74.
Choremos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia, fazendo amigos. Fazendo irmãos em todos os continentes.
Orgulha-me ver que o futebol, nossa vida, é o mais vibrante universo de paz que o homem é capaz de iluminar com uma bola, seu brinquedo fascinante. Trinta e duas batalhas, nenhuma baixa. Dezesseis países em luta ardente, durante vinte e um dias — ninguém morreu. Não há bandeiras de luto no mastro dos heróis do futebol.
Por isso, recebam, amanhã, os heróis do Mundial de 70 com a ternura que acolhe em casa os meninos que voltam do pátio, onde brincavam. Perdoem-me o arrebatamento que me faz sonegar-lhes a análise fria do jogo. Mas final é assim mesmo: as táticas cedem vez aos rasgos do coração. Tenho uma vida profissional cheia de finais e, em nenhuma delas, falou-se de estratégias. Final é sublimação, final é pirâmide humana atrás do gol a delirar com a cabeçada de Pelé, com o chute de Gérson e com o gesto bravo de Jairzinho, levando nas pernas a bola do terceiro gol. Final é antes do jogo, depois do jogo — nunca durante o jogo.
Que humanidade, senão a do esporte, seria capaz de construir, sobre a abstração de um gol, a cerimônia a que assisto, neste instante, querendo chorar, querendo gritar? Os campeões mundiais em volta olímpica, a beijar a tacinha, filha adotiva de todos nós, brasileiros? Ternamente, o capitão Carlos Alberto cola o corpinho dela no seu rosto fatigado: conquistou-a para sempre, conquistou-a por ti, adorável peladeiro do Aterro do Flamengo. A tacinha, agora, é tua, amiguinho, que mataste tantas aulas de junho para baixar, em espírito, no Jalisco de Guadalajara.

Sorve nela, amiguinho, a glória de Pelé, que tem a fragrância da nossa infância.
A taça de ouro é eternamente tua, amiguinho.
Até que os deuses do futebol inventem outra.
Fonte: Texto retirado de "O melhor da crônica brasileira", José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1997, pág. 26

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Seleção Brasileira à procura do que perdeu: sua identidade

Qual a característica central do futebol brasileiro e consequentemente da nossa Seleção? Simples de responder: equilíbrio entre futebol-arte e conquista de vitórias.A meu ver,essa identidade foi perdida a partir da última conquista do tricampeonato no México, com o desmantelamento por razões diversas,daquela Seleção:Félix,Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo; Clodoaldo, Gérson, Rivelino; Jairzinho, Tostão, Pelé. A tentativa de resgate dessa identidade foi realizada duas vezes pelo mestre Telê Santana nas Copas de 1982 e 1986.Contudo,dizem os especialistas que a Copa de 1990 é o divisor entre o futebol antigo,o chamado futebol-arte e o futebol moderno,aquele que se preocupa mais com o resultado,e para isso privilegia a retranca , a marcação  e a força.Entendo que o futebol-arte da nossa Seleção já não mais existia na Copa de 1974. Em 74,tínhamos ,além do técnico Zagalo, apenas dois craques remanescentes da Copa de 1970,Jairzinho e Rivelino.Nossa Seleção terminou em quarto lugar,atrás da modesta Seleção polonesa.Com o advento do carrossel holandês nessa mesma Copa,deixamos  também de ser referência mundial do mais belo e melhor futebol do  Mundo. Em 1982, Telê Santana assume o comando de nossa Seleção,com o propósito de resgatar o futebol-arte perdido na Copa de 1970 e voltar  após 12 anos a conquistar um título mundial.A Seleção de Telê,considerada por muitos como a melhor Seleção da história das copas,conseguiu pôr em prática o futebol-arte,mas não trouxe a conquista da Copa  e o sonhado tetracampeonato mundial. Assim, o futebol-arte de Telê terminou a Copa em quinto lugar.Em 1986,Telê retorna ao comando da Seleção com a certeza de conquistar no México  o que não conseguira em 1982 na Espanha. Tinha a seu favor, a mística de jogar no mesmo local da conquista da última Copa,o México.Telê trouxe de volta a base da Seleção de 1982,na Espanha,porém enfrentou muitos problemas de contusão com principais jogadores tais como Zico e Falcão.Além de Sócrates e Júnior que apresentaram problemas de deficiência física,afora outros problemas de indisciplina.Apesar disso , a Seleção foi bem na primeira fase,vencendo todos os três confrontos contra Espanha,Argélia e Irlanda do Norte e assim,colocando esperança no sentimento da torcida brasileira. Embora nas quartas de final contra a França tenha feito um jogo muito superior aos franceses,a Seleção de Telê mais uma vez sucumbia aos caprichos da sorte,sendo eliminada da Copa, pela França,nos pênaltis.Mais uma vez o futebol-arte de Telê sucumbe,trazendo amargamente na bagagem um cruel e injusto quinto lugar.
Após os fracassos das duas participações de Telê Santana no comando de nossa Seleção, e cansada de ver a Canarinho jogar bonito com Telê  e não conquistar títulos,em 1990 a CBF entrega o comando da Seleção a Sebastião Lazaroni que pôs em prática o oposto do estilo Telê: esquema retranqueiro,priorizando a marcação,a força e tendo como meta apenas o resultado final.Lazaroni tinha excelentes peças a seu dispor,como Careca,Romário,Miller,Bebeto,Renato Gaúcho,dentre outros,mas sua Seleção não deslanchou.O esquema de Lazaroni,também fracassou  com a chamada "era Dunga" e  nossa Seleção terminou  o mundial da Itália na nona colocação.
Finalmente,na Copa de 1994,nos Estados Unidos,com Carlos Alberto Parreira e Zagalo no comando,após 24 anos de jejum ,nossa Seleção conquista o tetracampeonato. O selecionado de Zagalo e Parreira não conseguiu o equilíbrio entre o futebol-arte a as vitórias,mas realizou o que o estilo Telê e o estilo Lazaroni não conseguiram: a conquista do título mundial.A Seleção de 1994  não era um primor de equipe.Era uma Seleção extremamente burocrática e muito preocupada com a marcação. A Seleção campeã que disputou a final da Copa foi esta: Taffarel, Jorginho, Aldair, Márcio Santos, Branco, Mazinho, Mauro Silva, Dunga, Zinho, Bebeto e Romário.Em 2002,numa Copa disputada em dois países na Ásia, sob o comando de Luiz Filipe Scolari, nossa Seleção conquista o quinto título mundial. O time comandado por Filipão, em termos de qualidade e esquema tático, não divergia muito da Seleção de Parreira e claramente,não tinha preocupação em resgatar o futebol-arte,mas com a conquista do título. Foi uma conquista de Copa relativamente fácil já que França, Argentina, Itália e Portugal não se houveram bem e foram as decepções da competição. Na final,Brasil 2 x 0 Alemanha.O Brasil conquistou o penta com   Marcos; Lúcio, Roque Júnior e Edmílson; Roberto Carlos, Gilberto Silva, Kléberson, Cafu (Capitão) e Ronaldinho Gaúcho; Rivaldo e Ronaldo.
Com o fracasso na Copa de 2006,realizada na Alemanha e vencida pela Itália,com a Seleção terminando na quinta colocação, a CBF convoca Dunga,ex-jogador campeão e capitão da conquista do tetra em 1994,para substituir Parreira e assim moralizar e impor limites ao ambiente da Seleção.Todos estranharam a escolha da CBF pelo fato de Dunga nunca ter treinado nenhuma equipe de futebol.
Com Dunga no comando,parece que a CBF estava mais preocupada em impor disciplina à Seleção que trabalhar pelo retorno do equilíbrio entre futebol-arte e conquistas."Que treinamento é fundamental! Mais uma vez, fica comprovado que só talento não basta para vencer. É preciso muito trabalho e treinamento!" afirmou Dunga em uma de suas entrevistas.
Dunga assumiu o comando da Seleção em julho de 2006. Sob seu comando,o futebol produzido em campo pelos atletas ,era uma imagem de Dunga como jogador.Apesar disso, Dunga conquistou a Copa América, a Copa das Confederações e obteve o primeiro lugar nas Eliminatórias.
Dunga sofria críticas "azedas' da imprensa por causa do esquema de jogo que impunha à Seleção e por não ter convocado as chamadas novas revelações,tais como Neymar,Ganso,Elano,dentre outros.Era criticado por ter levado Kaká sem as condições físicas adequadas  para a disputa da  Copa,tendo deixado de lado "as revelações".Por isso seu relacionamento com parte da imprensa praticamente deixou de existir.
A eliminação precoce da Copa de 2010 fez a CBF anunciar sua demisão em 23 de julho de 2010. A Seleção de Dunga obteve a sexta colocação no mundial da África do Sul,apresentando um futebol muito ruim.
Com a demisão de Dunga, a CBF convoca Mano Menezes para assumir o comando técnico da Seleção.Parece que Mano assumiu a Seleção com o propósito de equilibrar bom futebol com resultados de vitória.De imediato,convocou as "novas revelações" cobradas pela maioria das pessoas ligadas ao futebol.Na estreia,a Seleção de Mano começou bem. Venceu Os Estados Unidos num amistoso disputado em Nova Jérsei. Nesse jogo, a Seleção venceu de 2 a 0 apresentando um bom futebol dando a impressão de que com Mano,estaríamos voltando aos bons tempos do nosso futebol.
Até mesmo  imprensa internacional deu ênfase à volta do 'Futebol-arte' da Seleção.Além disso,Mano conseguiu três vitórias em sequência,fato que não ocorria desde 1990,com Parreira. Porém,no primeiro clássico de Seleções,foi derrotado pela Argentina em novembro de 2010.Em outros dois jogos,com seleções consideradas grandes, acumulou mais duas derrotas:França 1 x0 e Alemanha 3 x 2.
A partir dessa situação de fracassar diante de seleções fortes e do mau desempenho das novas revelações,tais como  Neymar e  Ganso, o trabalho de Mano à frente da Seleção começou a ser posto em dúvida.
Entretanto,a participação desastrosa da Seleção na Copa América 2011 foi o maior motivo para se intensificar o crescimento do descrédito no trabalho de Mano.Jogando contra Seleções que outrora a Canarinho goleava com facilidade, a Seleção de Mano se enganchou. Não conseguiu passar das quartas de final pelo Paraguai,sendo eliminada nos pênaltis.
Com o mau desempenho das "novas revelações" nos jogos e com  o  crescimento da perda de credibilidade da Seleção de Mano,estaria o destino da Canarinho colocado nas mãos da Seleção sub-20 para a Copa de 2014? Caso Mano seja demitido até 2014,conseguirá o novo técnico reencontrar  a identidade do nosso futebol? Mas também seria utópico imaginar que o retorno aos bons tempos do futebol depende apenas de bons jogadores ou de bons técnicos. Segundo especialistas,  o Uruguai e a Espanha somente conseguiram dar um salto na qualidade de seu futebol,com a mudança das estruturas administrativas responsáveis pelo gerenciamento desse esporte naqueles países.
Marcos Antonio V. Rodrigues - Desportista,professor de Língua Portuguesa,escreve contos,artigos e crônicas
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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entrevista com Laudo Natel- "Honra e glória do São Paulo"



 Entrevista com Laudo Natel -"Honra e Glória do São Paulo"

Laudo Natel é um do homens que dedicaram grande parte de suas vidas a suas agremiações esportivas,prestando serviços de grande relevância. Esta entrevista foi realizada pela escritora Branca Granatic em janeiro de 1994,com Laudo Natel, e que ora é publicada neste Site.

Pergunta:Em alguns momentos de sua vida existiu a possibilidade de o senhor torcer para outro time?

Laudo Natel: Não. Desde que acompanho o futebol,eu sou são-paulino. E eu sou mais antigo que o São Paulo. Eu nasci em 1920 e o São Paulo foi fundado em 1931.Eu sou um homem do interior e fiz carreira como bancário . Vim para são Paulo no final de 1945 e uma das primeiras coisas que eu fiz foi me tornar sócio do São Paulo Futebol Clube.

Pergunta: A sua ligação foi primeiro com a sede social do clube ou com o time de futebol?

Laudo Natel: Eu acompanhava o futebol e acompanhava a vida do clube. Ocorre que o São Paulo,nesta ocasião,não era essa potência que é hoje. Era um clube que vivia em grandes dificuldades. E o presidente Cicero Pompeu de Toledo me levou para lá como dirigente,menos por ser são-paulino,mais por eu ser um homem de banco,para idealizar alguma coisa que pudesse tirara o São Paulo daquela dificuldade. E eu acabei ficando seis anos  como diretor de finanças  e quatorze anos como presidente,de modo que eu tenho  uma trajetória de vinte anos como presidente.
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Pergunta: Conte-nos sobre o estádio do Morumbi.

Laudo Natel: Eu tive o privilégio de lançar a pedra fundamental e de inaugurar este estádio.Eu fui dirigente de 52 a 72 e presidente de 58 a 72.Nesta ocasião eu já era governador do estado.Uma curiosidade:na época,esse sonho do estádio era uma loucura,porque o Morumbi não era nada. A primeira pedra que foi colocada no bairro foi exatamente a pedra fundamental do Estádio Cícero Pompeu de Toledo. Havia um loteamento,mas não havia nada,nem condução,nem água ou telefone.


Pergunta:Então podemos dizer que o estádio se tornou um polo que propiciou a urbanização das regiões adjacentes?

Laudo Natel:Sem dúvida alguma. A empresa que era proprietária do terreno teve o alcance de enxergar a possibilidade do estádio desenvolver a região.Eu considero este estádio um milagre. Fui para o são Paulo para evitar que ele fechasse as portas . E um clubinho  endividado consegue inaugurar o maior estádio partcular do mundo e entregá-lo sem um cruzeiro de dívida.Ele foi feito com tenacidade,vontade de realizar,acreditando nessa iniciativa e, ao mesmo tempo,vendendo ideias. Agora,isso não foi uma tarefa fácil. Nós trabalhamos dezoito anos até a inauguração definitiva,em 1970. O são-paulino entendia que eu tinha que realizar uma obra,uma estrutura,uma base para que o São Paulo pudesse,no futuro,apresentar resultados favoráveis.


Pergunta: Quais os títulos conquistados na sua gestão?


Laudo Natel:No meu caso particular,eu dei muita importância  aos campeonatos de 70 e 71 pelo seguinte: durante todos esses anos da construção do estádio,o São Paulo sempre se portava bem,mas eu acredito que só uma vez chegou ao título. E eu sempre prometia à torcida:"Um dia vocês vão ter títulos.Deixa eu terminar o estádio". em 70 consegui inaugurar o estádio e,logo em seguida,ganhar um título:70 e 71.Ganhamos dois títulos seguidos. Aquilo foi uma satisfação que eu dei para a torcida.Então aquilo para mim foi de uma importância fundamental,porque representava o pagamento de uma promessa. Aquilo que eu dizia estava certo:primeiro vamos fazer o estádio,depois vamos ganhar os títulos.

Pergunta: Às vezes, associa-se o time São Paulo a uma determinada faixa da população economicamente privilegiada. Por que isso acontece?


Laudo Natel:Olha, eu entendi bem o sentido de sua pergunta. Eu diria que o sãoPaulo,no início,era considerado um time mais ou menos de elite. Mas está taí uma coisa interessante: Não era elite econômica; era uma elite,vamos dizer,intelectual. Porque normalmente o quadro dirigente e grande parte de sua torcida era constituído de médicos ,de advogados,de professores. Então era uma elite intelectual,mas não necessariamente rica. Tanto que  o São Paulo era um time pobre Ele encontrou todas as dificuldades. Mas o crescimento da cidade de São Paulo foi tão grande que as torcidas foram se nivelando. Eu não vejo diferença entre a torcida do Corinthians,do Palmeiras e do São Paulo. É o mesmo padrão.Você encontra torcedores de todos os níveis
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Pergunta:Quais os elementos que compõem  a estrutura  de sustentação financeira do clube?

Laudo Natel:O clube tem os sócios que dão sustentação ao clube. Tem o estádio que,de certa forma, é um gerador também de rendas,porque quando há um jogo de futebol profissional,há sempre uma taxa destinada ao aluguel do estádio.Como o São Paulo tem um grande estádio,os grandes jogos são feitos no Morumbi. então a renda do Morumbi é hoje uma base de sustentação do próprio São Paulo. O clube também tem patrocinadores e televisão.


Pergunta: Qual o grau de interferência dos patrocinadores nas decisões do clube em relação ao time?

Laudo Natel: Com a evolução da publicidade é evidente que as grandes  empresas têm interesse nos times de futebol.As empress procuram associar a imagem do time à imagem de uma coisa vencedora. No São Paulo não há interferência das empresas na direção. No caso do São Paulo,nenhuma interferência.A empresa só lucra com a publicidade. O poder de decisão é apenas da diretoria.

Pergunta:Um clube conquista muitos títulos porque ele é bem gerido ,inteligentemente administrado ou porque ele tem mais verba que outro?


Laudo Natel:Olha,eu diria que a capacidade supera um pouco o dinheiro. O dinheiro é necessário,mas a capacidade supera um pouco o dinheiro.O São Paulo tem tido uma felicidade muito grande na escolha de seus dirigentes. E uma coisa muito importante no São Paulo tem sido a continuidade administrativa. Não houve um único presidente que procurasse desmanchar o que o outro fez.  Cada um  deu continuidade como se fosse o mesmo programa ,a mesma cabeça . Não houve um só presidente que não contasse com o apoio dos outros e que não desse continuidade ao trabalho do clube. Então,se o São Paulo chegou a esse ponto,em rpimeiro lugar,70 ou 80% é o espírito que norteou a direção do São Pauo.E o restante,a base  que entra o dinheiro,entra a estrutura, entra a torcida ,entra tudo mais


Pergunta: Como  o senhor definiria  o torcedor fanático?


Laudo Natel:Bom,eu não sei. Hoje em dia o torcedor  fanático tem sido este que faz distúrbios por aí. Mas não é. O torcedor fanático é aquele que vibra com o resultado do clube que acompanha.

Pergunta: Ouvi dizer que há uma frase que o senhor usa frequentemente em sua casa sobre  o clube. Qual é ela?

Laudo Natel:A minha casa é uma autêntica democracia. Cada um tem o direito de torcer para o time que quiser,desde que seja o São Paulo.
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Pergunta:Quando o senhor vê pela televisão o estádio do Morumbi ou  se eventualmente está lá em dia de jogo e uma multidão acorre ao local,o que é que o senhor sente?. 


Laudo Natel:Eu sinto muito orgulho do Morumbi,porque foi uma obra de tenacidade. Eu confesso que envelheci muito pelas responsabilidades que eu tive que assumir,mas o São Paulo está hoje num plano de destaque ,numa hegemonia do futebol.Foi pioneiro em muita coisa . O Moumbi não foi um prêmio para o São Paulo. Na minha opinião ,foi um prêmio para a cidade de  São Paulo.E alargou os horizontes do futebol profissional. foi muito duro,muito difícil . Talvez a empreitada mais difícil da minha vida.Mas há uma compensação muito grande: hoje quando eu passo e vejo o Morumbi,eu tenho uma sensação ...uma sensação de coisa realizada,de dever cumprido,de não ter desertado nos momentos difíceis.

Pergunta:O senhor considera que recebeu o justo reconhecimento por parte de seu clube?

Laudo Natel: O meu nome ficou muito associado ao nome do São Paulo. Eu deixei de ser dirigente do São Paulo em 72. Até hoje ,quando o São Paulo ganha uma partida,eu sou cumprimentado na rua e quando perde,eu sou cobrado,como se eu fosse o pai. De certa forma eu sou pai,porque eu recebi o título de Grande Patrono do São Paulo Futebol Clube.


PerguntaO que o senhor gostaria de dizer aos jovens que lerão o seu depoimento nesta entrevista?


Lado Natel: Bom,primeiramente eu acho que a pessoa deve fazer o que gosta,porque quando não gosta,o trabalho é um fardo.Fazendo o que gosta, a coisa se torna leve. Se eu considerar a modéstia da minha origem,eu creio que percorri com relativo sucesso os caminhos da minha vida: eu fui presidente do meu clube, eu fui diretor da minha empresa e fui governdor do meu estado.E se isso pode servir de exemplo para alguma coisa,é exatamente isso o que digo: a tenacidade,acreditar,fazer o que gosta e cultivar a verdade. Para relizar uma determinada coisa,às vezes a gente encontra grande tropeço ,pedra no caminho,injustiça,incompreensão.Então tem que ter esta força interior para superar as dificuldades e perseverar: Acreditar naquilo que faz..Quando a gente acredita no que está fazendo,parece que a metade da coisa já está realizada.
Texto transcrito por Marcos Antonio V.Rodrigues

terça-feira, 26 de julho de 2011

Com a briga entre tricolores,passa-se "a jogar de bandido",pois "uma casa dividida não subsistirá". 26 jul 2011

Com a briga entre tricolores,passa-se "a jogar de bandido",pois "uma casa dividida não subsistirá".

COLUNISTA:
Marcos Antônio


A largada negativa do Fortaleza nas duas partidas iniciais pela Terceirona provocou um grande rebuliço e descontentamento no seio da torcida tricolor, a ponto de parte da galera leonina exigir a saída do diretor administrativo do clube,Jurandi Júnior,responsabilizando-o pelo desempenho desastroso do Leão na Série C,em razão do baixo desempenho em campo dos atletas contratados pelo dirigente leonino.Mas pensando bem,demitir Jurandi, no atual momento, vai tirar o Leão da crise?Analisando o critério usado por Jurandi para a contratação dos atletas,vemos que ele utilizou um critério relativamente correto. Se não vejamos: A maioria dos jogadores contratados pelo dirigente tricolor são atletas experientes,que disputaram neste ano de 2011 campeonatos importantes, tais como o Paulistão da Série A ou o Campeonato Gaúcho.Quem poderia imaginar que jogadores como Luciano Sorriso,Wellington Amorim, Magal, Esley,Gustavo Papa,Márcio Gabriel,Russo,dentre outros não conseguiriam render, a princípio, o mesmo futebol produzido no Paulistão e no Gauchão? Teriam esses atletas desaprendido a jogar bola? Não teriam sido vítimas de um comando técnico ineficiente? Por que atletas cearenses reconhecidamente talentosos como Guto teve rendimento zero nas partidas em que atuou ou, ainda, por que outros como Eduardo,Rogério,Leandro,Vinícius não foram utilizados para substituir os atletas contratados que vinham apresentando desempenho pífio? Por que então, nos amistosos,jogadores que tiveram um desempenho horrível foram mantidos como titulares? Por que depois de 45 dias o time a cada jogo se apresentava mais desarrumado,sem opção de jogadas,sem velocidade e com jogadores sem garra,sem vontade de vencer? Bem,a meu ver, quem deveria ser responsável para resolver esses problemas não seria diretoria,mas a comissão técnica. Assim,o grupo contratado, no geral, nao é ruim.O problema do Fortaleza era mais de comando técnico que de jogadores. Acredito ainda que sob um bom comando,que tenha liderança e a credibilidade dos atletas,o Fortaleza embora esteja numa situação difícil, tem chances de reagir e se classificar para a segunda fase da Terceirona.Passos importantes foram dados:
1. A saída de Ferdinando Teixeira,a meu ver, o principal responsável pelo "bagaço" leonino na competição.O desempenho dos atletas em campo,era o retrato de Ferdinado: Sem ânimo,sem motivação e parecendo estar satisfeito com o desempenho da equipe em campo. Certamente, a chegada de um novo técnico trará motivação e ânimo ao grupo. Ele também dará um padrão de jogo à equipe,coisa inexistente no time de Ferdinando.O fato de ter trabalhado muito pouco no Nordeste não quer dizer que o novo preparador técnico não possa ter sucesso por aqui. Os países asiáticos estão cheios de treinadores brasileiros,por exemplo, que antes nunca haviam colocado os pés por lá e tampouco conheciam os jogadores e mesmo assim conseguem realizar bons trabalhos.O Próprio Artur Bernardes é um exemplo disso.
2. O presidente Baquit hoje à tarde (25/07) já acenou com a possibilidade de mais três ou quatro contratações,embora a meu ver, o time necessite apenas de um meia de ligação e um atacante,já que Pereira, Esley(meias) e Gustavo Papa,Rodrigo Dantas(atacantes) nao vêm dando conta do recado. Não podemos esquecer do bom atacante Vinícius,muito pouco utilizado por Ferdinando.Além dos outros cearenses,os volantes Rogério e Leandro e o meia Eduardo.
Na minha modesta opinião,o principal ingrediente para o Leão cearense alavancar na competição deve ser a união entre todos os segmentos tricolores ou pelo menos que se dê uma trégua enquanto o time disputa o Terceirona.Seja sincero: pedir a "cabeça" ,no momento, de dirigente A ou B vai tirar o Leão do atoleiro? Claro que não! Pelo contrário,irá impedir o soerguimento e a rearrumação do time leonino.Com a briga entre tricolores,passa-se "a jogar de bandido",pois "uma casa dividida não substirá".Vamos dar uma trégua?

Marcos Antonio V. Rodrigues - Escreve contos,artigos e crônicas

domingo, 24 de julho de 2011

Ferdinando se aposenta deixando o Fortaleza à beira do precipício

Ferdinando se aposenta deixando o Fortaleza à beira do precipício

COLUNISTA: 
Marcos Antônio
DATA: 
24 Jul 2011
 Ferdinando José Araújo Teixeira nascido no município de  Pedro Velho,Rio Grande do Norte,  a 21 de março de 1946 (65 anos),não poderia ter escolhido momento mais amargo para anunciar sua aposentadoria como técnico de futebol. Após um período de 45 dias de preparação à frente do elenco do Fortaleza, o time surpreendeu a todos negativamente,na estreia pela Terceirona contra o CRB em Maceió,quando o time tricolor foi derrotado apresentando um futebol de baixo nível técnico e mostrando-se desarrumado e perdido em campo. Pressionado e bastante criticado pela más atuações da equipe nos amistosos e, principalmente, por causa da desatrosa estreia,Ferdinando surpreendeu a todos ao anunciar,quinta-feira,21/07 sua aposentadoria como técnico de futebol.Marcou data: no dia da realização do segundo jogo do Fortaleza pela Terceirona ontem,23/07/2011, no PV contra o América de Natal. Certamente,todos e Ferdinando aguardavam que o Fortaleza vencesse o jogo e após a vitória,o técnico potiguar receberia uma homenagem de despedida da diretoria,dos jogadores e da torcida. Mas em campo como não era de se esperar, o tricolor deixou o  modesto time do América de Natal jogar fácil. O Leão Fez 1 a 0 aos sete minutos do primeiro tempo,mas logo permitiu ao América o empate e a virada fácil,fácil para 3 a 1 no segundo tempo. E olhe que poderia ter sido mais, tal era a facilidade com que os jogadores americanos se movimentavam em campo.Pior:a equipe comandada por Ferdinando conseguiu produzir um futebol muito inferior ao produzido na estreia.Resumo da apresentação: desastrosa.Ferdinando se despediu do futebol deixando uma mancha no seu currículo de técnico nordestino razoavelmente vencedor."Amarelou". Quando percebeu que as coisas não sairiam como planejara,pulou fora.Aliás, Ferdinado se orgulha de ser um grande vencedor como técnico nordestino. Nem tanto. Comandando  times de maior tradição do Futebol nordestino como Santa Cruz,Bahia e Ceará,Teixeira não conseguiu realizar bons trabalhos. Dos times de grandes torcidas e tradição no cenário nacional,Ferdinando conseguiu realizar bons trabalhos apenas no Fortaleza em 2000   quando subiu o Tricolor da Série C para a Copa João Havelange, o Módulo Amarelo, no ano de 2000. Também foi Campeão cearense em 2000 e 2001 pelo Fortaleza.Talvez pelo seu passado, Ferdinado tenha sido convocado  dez anos depois para comandar o Leão cearense.Mas, seu grande feito no futebol  foi ascender com o América de Natal para a Série A do Brasileiro.No Cearense deste ano,quando substituiu Flávio Araújo,Ferdinado teve atuação apagada,conquistando apenas uma vitória,sobre o frágil time do Quixadá, equipe posteriormente rebaixada para a Segundona cearense. Em entrevista ao Jornal Tribuna do Norte,Ferdinando revela que já não tem mais o mesmo vigor de outrora.Ele diz:"Tinha o pensamento de trabalhar até os 65 anos e já passei dessa idade. O organismo já não reage da mesma forma, aos stresses e eu sou um cara muito sério dentro das minhas coisas...". Alega ainda,outros motivos após o fracasso no comando do Leão:"...Aqui no Fortaleza, assim como acontece em Natal, também existem aqueles empresários de jogadores que querem a todo custo colocar os seus no clube, e não aceito isso em hipótese alguma..." .Percebe-se que Ferdinado está querendo repassar suas culpas.O técnico potiguar se vai,mas deixa uma série de problemas para o treinador que fica: Time desarrumado,sem ritmo,sem nenhum padrão de jogo,com atletas abalados emocional e psicologicamente  e uma torcida infeliz e magoada e com o time tricolor com um pé na Quartona.Sinceramente,acredito que a melhor contratação realizada pelo Fortaleza tenha sido a saída de Ferdinado Teixeira.Falo isso porque assisti aos três principais amistosos do Fortaleza e sempre tive essa visão que apresento aqui,embora somente me manifestasse a partir do desatroso amistoso realizado contra o time do Maranguape. A análise aqui realizada,refere-se ao trabalho profissional realizado por Ferdinado como técnico do Fortaleza e não ao cidadão Ferdinado,pois a maioria dos radialistas esportivos são unânimes em afirmar que Ferdinando é uma homem de valor e de fino trato. Mas no futebol isso não conta muito,o que contam são as estatisticas,os bons resultados conquistados campo. A dívida de Ferdinado com o Fortaleza passa, a partir da derrota acachapante para o América, a compor a história de  vida profissional de Ferdinando. Ele conseguiu a proeza de deixar o Fortaleza como um dos candidatos à Quartona,embora não seja sozinho o responsável pelo desatre tricolor,mas é o principal culpado,pois lhe foram dadas todas as condições necessárias para realizar um trabalho competente.
Marcos Antonio V. Rodrigues - Escreve contos,artigos e crônicas

terça-feira, 19 de julho de 2011

Estreia do Fortaleza na Terceirona: Sinal Vermelho Aceso Logo na Primeira Partida

Estreia do Fortaleza na Terceirona: Sinal Vermelho Aceso Logo na Primeira Partida

COLUNISTA:
Marcos Antônio



Estrear numa competição nacional perdendo de 1 a 0 fora de casa é um resultado absolutamente normal. O que se questiona aqui,não é a derrota,mas a baixíssima produção do Leão cearense em campo,na estreia pela Terceirona neste domingo(16/07) no estádio Rei Pelé,em Maceió, contra o CRB .Vendo a atuação do time pela TV,nem parecia que passou 45 dias treinando,realizando inclusive 5 amistosos. E olhe que a diretoria executiva ofereceu todas as condições ao plantel e à comisao técnica:salários em dia, excelentes locais de treinamentos,hospedagem e a alimentação de primeira.O presidente da executiva esteve sempre presente dando apoio moral ao plantel.Torcida motivada e comparecendo aos amistosos preparatórios realizados pela equipe. Mas pela bola que foi jogada pelo Leão cearense na estreia,parece que nada disso serviu.Leve-se em conta o fato de a diretoria executiva ter realizado a contratação de 19 atletas,todos experientes e oriundos de times que disputaram o Paulistão 2011. Mesmo com todas essas condições oferecidas ao técnico, o time do Fortaleza,pasmem,somente conseguiu realizar uma jogada ofensiva no jogo contra o CRB,aos 33 minutos do primeiro tempo,numa cabeçada de Eslei que passou por cima do travessão. No geral,o time teve um atuação abaixo da crítica: excesso de passes errados,ataque inexistente,faltando ligação entre todos os setores e contando apenas com uma opção de jogada,a subida pela direita do lateral Márcio Gabriel,aliás,opção que funcionou e,pouco, apenas no primeiro tempo.Faltou garra,disposição e vontade de vencer aos jogadores.Além disso,parecia que a equipe nunca havia realizado um coletivo,tal era a desarrumação do tricolor em campo.O que se esperava do Fortaleza,não era um time entrosado e apresentando um belo futebol,mas pelo menos vontade de vencer por parte dos jogadores.Além do mais,é inaceitável que uma equipe de tradição como o Fortaleza e teoricamente candidata ao próprio título da Terceirona,entre em campo com medo do CRB e apresentando um futebol muito ruim.
Parece que os jogadores não sabem que a Terceirona é uma campeonato curto,que não deixa margem para erros.Não sobra tempo para recuperação como ocorre com as Séries A e B.Assim,dois tropeços seguidos da equipe,já põe em risco a classificação para a fase seguinte.E não venham dizer que se deve ter paciência, porque é apenas a primeira partida.Esse argumento nao se sustenta. O Guarany sobralense também reformulou praticamente todo o seu elenco e teve um período de preparação menor que o do Fortaleza,mesmo assim,os jogadores do Bugre se "mataram" em campo em busca da vitória e fizeram 2 a 0 no Campinense.
É preciso que se tenha muito cuidado. O time não pode esperar para vencer ou somar pontos somente quando estiver entrosado ou quando tiver um meia ou um atacante.Mesmo com deficiência nesses setores, atletas de outras posições devem se sacrificar para suprir essas carências,do contrário "quando se der por conta" será tarde demais.
Caso tropece no próximo jogo contra o América de Natal em Fortaleza,no Presidente Vargas, o presidente da Executiva leonina não teria outra decisão a tomar a não ser fazer a substituição do comando técnico do Leão cearense.

Marcos Antonio V Rodrigues - Escreve contos,artigos e crônicas

sexta-feira, 15 de julho de 2011

 Empresário e Mano "BLINDAM" Neymar

COLUNISTA: 
Marcos Antônio
DATA: 
15 Jul 2011
 Empresário e Mano "blindam" Neymar

Pelas declarações dadas recentemente a um site de futebol,pelo empresário do jovem e bom atacante Neymar e pelo técnico da Seleção,Mano Meneses, o jogador santista Neymar  nao faz más atuações jogando pela Seleção,tudo parece ser implicância e medo dos adversários do jovem craque.  Wagner Ribeiro  não reconhece o mau desempenho  de Neymar pela Seleção enfrentando times que recentemente eram presas fáceis de nossa Seleção e acostumadas a levar goleadas com facilidade de nosso time.Nos jogos oficiais pelo Brasil contra a Venezuela e Paraguai,o bom atacante santista teve atuação apagada. Alguns alegam que Neymar teve atuação discreta porque foi muito bem marcado nos dois jogos. Ora,o que caracteriza o craque é a habilidade que ele dever ter de safar-se de fortes marcações como  faziam Pelé e Maradona,dentre outros gênios da bola. O empresário cita como grandes feitos o fato de Neymar ter feito dois gols no amistoso contra a Escócia ,após ser  vaiado e os dois que fez contra a limitada Seleção equatoriana.Qualquer pessoa de bom-senso sabe que não há muito o que comemorar em se fazer dois gols na frágil seleção do Equador.Os equatorianos  apresentaram  graves erros de marcação e deixaram o  craque santista à vontade.Ficou evidenciado nos jogos contra a modesta Venezuela e  a razoável seleção  paraguaia, que  Neymar apresenta dificuldades para se livrar de fortes marcações e que o estilo "cai-cai" irrita os adversários,a arbitragem e é prejudicial ao próprio atleta. Observe as declarações do empresário do jogador e do técnico Mano e observe que não há nenhuma declaração reconhecendo que Neymar esteve apagado nos dois primeiros  jogos oficiais da Seleção.Contra o Equador,a atuação de Neymar foi apenas sofrível,embora tenha marcado dois gols.Pela visibilidade que dão a Neymar,ele precisa ser mesmo muito cobrado,pois "A quem muito foi dado,muito será cobrado".Mano e o empresário parecem não reconhecer que o jovem atacante  precisa melhorar em alguns aspectos,mas atribui a culpa a outros pelo mau desempenho do jogador com a camisa da Seleção. E as vaias sucessivas? Bem,as vaias,o empresário dá a entender que "são intrigas da oposição" . Veja as declarações de Ribeiro e Mano. “Ninguém chuta cachorro morto”, “Os zagueiros e os torcedores têm medo do Neymar, por isso tentam tirá-lo do sério com provocações dentro do campo e com vaias. Mas não adianta”, disse Ribeiro.
“Ele vai ter que se acostumar a jogar sob pressão, porque vai ser visado por todos. “Tem que entrar por um ouvido e sair pelo outro”,disse Mano.
"O jogador também está visado porque dia sim, dia não, aparece na imprensa europeia como vendido. Cotado para defender o Real Madrid em 2012, mas também desejado pelo Barcelona, Neymar tem um estilo de jogo que está escrito em suas chuteiras: ousadia e alegria, que irritam adversários e torcedores rivais. “´Se for jogar na Europa, terá que se acostumar, porque será amado por uma torcida, mas odiado por todas as outras”, avisou Ribeiro. Ser ousado e alegre no futebol de hoje em dia não é fácil..."É normal que se reconheça,principalmente quando se é empresário do jogador, que Neymar é um bom atleta  com enorme potencial,mas é bom que se reconheça também que o atleta  precisa melhorar em alguns aspectos.Pelas declarações do empresário e do técnico Mano,Neymar  já é um  jogador ideal,que não apresenta defeitos. Não seria essa visão muito ruim para o próprio jogador como cidadão e atleta?

Marcos Antonio V. Rodrigues - Escreve contos,artigos e crônicas.
 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

 O que Neymar tem a ver com as "lendas" do futebol?

COLUNISTA: 
Marcos Antônio
DATA: 
11 Jul 2011
 Uma revista de grande circulação nacional publicou recentemente uma reportagem com o jovem atacante do Santos,Neymar,cujo título era: "Finalmente, surge um craque da linhagem de Pelé". Na capa da revista Neymar aparece com uma bela coroa de rei sobre a cabeça,indicando claramente ser ele o novo rei do futebol e o sucessor do rei Pelé. Estaria a revista com razão? Façamos uma pequena análise do hisórico dos atletas considerados como as maiores lendas do futebol nacional e internacional de todos os tempos.
Ele estreou na Seleção na Copa de 1958,com apenas 17 anos.Sua participação foi absolutamente importante na conquista do primeiro título mundial pelo Brasil. Pelé estreou na Seleção com autoridade e simplicidade.A camisa da Seleção não lhe pesou sobre os ombros, o rei não 'amarelou'. Parecia estar  nos gramados do Brasil,jogando pelo Santos. Já naquela época, o rei conjugava espantosa habilidade técnica com um poderoso chute.Usava com a mesma eficiência a perna esquerda ou a direita e apresentava uma surpreendente capacidade de antecipação.Conquistou três Copas do Mundo: 1958,1962 e 1970,além de títulos estaduais,nacionais e dois mundiais de clubes pelo Santos Futebol Clube.
Considerado por muitos como o maior de todos,a alegria do povo ou ainda o rei do drible,Garrincha estreou na Seleção na Copa de 1958 e apresentou um futebol  belo e irreverente. Ninguém no mundial tinha um estilo como o seu.Por causa disso,a palavra "olé" foi transferida das touradas para os campos de futebol.Jogando pela Seleção,o rei do drible nunca foi derrotado atuando ao lado do rei Pelé. Ganhou duas Ligas cariocas,dois campeonatos nacionais e duas Copas do Mundo. Apesar da irreverência,Mané utilizava  suas firulas em benefício do grupo ou para safar-se de alguma dificuldade imposta pelos adversários,mas jamais para promoção pessoal ou para provar algo para alguém. Era simples,'ingênuo' e natural. Não gostava, a  exemplo das grandes lendas do futebol,de colocar em jogo o estilo"cai-cai" para demonstrar que era muito 'caçado' e assim chamar atenção para si. Também não gostava de criar confusão em campo.
Dom Diego,argentino, iniciou sua carreira profissional aos 15 anos. Jogador de espantosa habilidade e de amplo domínio e controle de bola.Jogou pelo Barcelona em 1982. Em 1984, tranferiu-se para o Nápoles,sendo campeão nacional e europeu. Em 1986 conquista o título Mundial jogando pelo Seleção de seu país,a Argentina. Durante os anos 1980,foi considerado ao lado  de Pelé,Di Stéfano e Cruyff como um dos maiores jogadores de todos os tempos.
Ele é considerado o principal mentor da famosa laranja mecânica,ou carrossel holandês, estilo de jogo posto em prática pela Seleção holandesa e que encantou o mundo na Copa de  1974 ,na Alemanha. Cruyff iniciou sua carreira aos 10 anos de idade no Ajax de Amsterdã,Holanda,onde permaneceu até 1973.Pelo Ajax, conquistou seis títulos da Liga holandesa e três da Copa da Europa.Eleito o melhor jogador europeu em 1971,1973 e 1974. Na Copa de 1974,foi eleito o melhor jogador do Mundial. Habilidoso,forte,driblador,coletivo,disciplinado. Eram algumas características de Johan Cruyff.
Alfredo Di Stéfano,argentino. Jogou também pela Espanha e Colômbia. Era considerado um jogador brilhante,velocista,habilidoso. A história de sucesso do Real Madrid,confunde-se com a de Di Stéfano. O próprio Maradona o considerava superior a si mesmo.Muitos consideram especialmente na Espanha e  na Argentina,o maior jogador do século XX ,superior a Pelé e Maradona.

Afora as lendas acima citadas não podemos esquecer grandes craques do futebol brasileiro tais como Zico,Bebeto,Romário, Ronaldo Nazário,Sócrates dentre tantos que poderiam servir de referência para a nova geração de bons jogadores que surge,com frequência,em nosso país.
Depois de conhecer um pouquinho da história das grandes lendas do futebol,não precisa argumentar mais para se chegar à conclusão de que a revista exagerou ao colocar o jovem atacante Neymar como sucessor de Pelé. Aliás,o excesso de elogios e aparição de Neymar na grande mídia,não lhe tem sido benéfica. títulos como popstar,sucessor de Pelé não tem relação com o bom atacante do Santos. Ninguém pode negar que Neymar é talentoso,criativo.Mas também é verdade que ele precisa melhorar muito seu desempenho em vários aspectos.Po exemplo, abrir mão das firulas desnecessárias,abandonar o "cai-cai" e jogar mais coletivamente.Além disso,procurar não  se envolver em confusões e procurar adotar uma postura de simplicidade dentro e fora dos gramados, sem se preocupar em querer  justificar os títulos(popstar sucessor de Pelé,etc) que lhes foram dados pela mídia.

Marcos Antonio V Rodrigues - Escreve contos,artigos e crônicas,desportista e professor de Língua Portuguesa

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sem definir equipe e com más atuações nos amistosos, desconfianças da torcida no trabalho de Ferdinando se ampliam

 

COLUNISTA: 
Marcos Antônio
DATA: 
7 Jul 2011


Faltando pouco mais de dez dias da estreia do Fortaleza no Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão,dia 17/07 em Maceió contra o CRB, a torcida do Tricolor cearense está apreensiva com o desempenho do time na competição nacional. O motivo não é basicamente com a qualidade do novo time contratado pelo presidente Baquit,mas com o baixo rendimento da equipe nos amistosos e com a indefinção do técnico Ferdinando Teixeira em escalar a equipe base que brigará pelo retorno à Segundona.Também pudera! Contando do dia da apresentação de alguns novos contratatados ocorrida no dia 01/06 no Pici,com presença de mais de 3.500 torcedores,lá se vão trinta e cinco dias. Mesmo após todo esse período, Ferdinado ainda não definiu quem será o time titular e diz que continua fazendo testes e observações no time.Pior: nos dois amistosos realizados contra Trairiense e Maranguape,times de divisões inferiores do Futebol Cearense,Ferdinando só fez aumentar a incerteza e a desconfiança da torcida.No primeiro amistoso contra o Trairiense,com o PV praticamente lotado,o time penou pra vencer o seu adversário por 3 a 2.Nesse primeiro amistoso,o Leão apresentou sérios problemas entre os compartimentos. Falta de articulação entre o meio campo com o ataque propiciando,assim, o isolamento dos atacantes Gustavo Papa e Wellington Amorim.Talvez por isso,Papa,tenha tido uma atuação apagada,sem se falar em Wellingtom Amorim,jogando o tempo todo fora da área. O Trairiense mostrou tanta resistência, que se alguém desavisado que não conhecesse os times estivesse assistindo ao jogo dos times pela primeira vez,poderia pensar que se tratava de um clássico regional.Claro que entendo que o os jogadores estão ainda fora de ritmo,alguns cansados porque participaram de disputas de campeonatos difíceis,como é o caso de Luciano Sorriso,Amorim,Dezinho dentre outros que jogaram este ano pela Primeira Divisão do Paulistão.Sei também que falta entrosamento. Mas apesar disso,o time de Ferdinando tinha e tem a obrigação de apresentar um futebol pelo menos razoável nos dois jogos realizados ,mesmo se tratando de jogos-treino. No jogo ocorrido no PV,alguns torcedores a meu lado reclamavam da postura da equipe.Eu ,então,dizia-lhes  pra gente ter calma,pois o time estava em formação e que os jogadores estavam sem ritmo,mas mesmo assim eu mesmo achava que o time não estava legal,embora as contratações realizadas pelo presidente Baquit não tenham sido más.
No segundo amistoso  ontem,contra o Maranguape,a apresentação da equipe foi bem pior que no jogo contra o Trairiense.Time travado,dessarrumado,sem opções de jogadas,com falhas de marcação e tendo que contar com gols de dois zagueiros pra ganhar apertado do modestíssimo time interiorano por 3 a 2. Nos dois amistosos,(Sem contar o treino contra os universitários) o time fez seis gols e sofreu quatro.Dos seis  assinalados,três foram marcados por zagueiros.
Alguém poderia dizer: "mas a torcida deve entender que é só treino.O treinador está observando,sentindo a reação dos jogadores,etc". Pior que a maioria da torcida não vê dessa forma,por mais compreenssiva e tolerante que se queria ser.Caso o time não melhore o rendimento no último amistoso que realizará,domingo no EPV contra o Horizonte antes da estreia na Terceirona ,a auto-estima e a confiança da maioria da torcida na equipe e,principalmente, no técnico será mais ainda reduzida.E isto se reflitirá de forma negativa no relacionamento da torcida com o clube, em diversos aspectos.
Assim,com a indefinição na escalação da equipe e com o mau desempenho do time nos amistosos,a responsabilidade de Ferdinado aumenta e terá mais do que nunca que provar que "treino é treino e jogo é jogo".
Marcos Antonio Vasco Rodrigues - Escreve contos,artigos e crônicas www.eternamentefutebol.com.br

sábado, 11 de junho de 2011

 


 Algumas reflexões sobre a decadência do futebol brasileiro

COLUNISTA: 
Marcos Antônio

As declarações da revista inglesa  "Four Four Two" argumentando que o futebol do Brasil está morto, provocou muita polêmica no mundo do futebol,especialmente aqui no Brasil.Fica a pergunta: Que parâmetros comparativos a revista usou para chegar a essa conclusão ? Caso a revista tenha utilizado como elemento de comparação a época de ouro do nosso futebol com  o atual,pode-se considerar alguns argumentos citados pela revista, como relativamente verdadeiros."eles não têm estrelas..", e "seus melhores jogadores são de defesa..." . Mas há outros desprovidos de fundamento e de conhecimento da história do futebol brasileiro,tais como ."Ele(Neymar) precisa jogar na Europa e se apresentar. Se jogar na Espanha ou na Inglaterra, por exemplo, pode virar um popstar. Neymar me parece um talento incrível, mas tem que provar num clube europeu"."Neymar foi apontado como promessa do Brasil". Certamente,a palavra 'promessa' aqui usada na segunda frase, foi utilizada no sentido de esperança de redenção do futebol brasileiro.

As duas afirmações da revista são absolutamente descabidas. Nossos maiores supercraques tais como Pelé,Garrincha,Didi,Niton Santos,Zito,Coutinho,dentre outros gênios da bola nunca precisaram jogar fora do país para se firmarem. É justamente o contrário. Uma das principais causas de declínio de nosso futebol foi a transferência em massa de nossos principais jogadores para o exterior. Caso Neymar queira voltar ao Basil em final de carreira,com graves problemas de contusão,conforme aconteceu com Adriano,Ronaldo Nazário,Luiz Fabiano e tantos outros,é só fazer o que a revista inglesa manda. Nossos antigos supercraques podem se considerar felizes por não terem jogado na Europa.
A outra afirmação descabida é a suposta indicação de que Neymar representa a esperança de redenção de nossa Seleção. Jamais um só jogador poderá ser cobrado ou responsabilizado ou ainda ser citado como esperança de redença de nosso futebol. É preciso que se saiba que à época de nosso futebol-arte,tínhamos em todos os clubes, um"celeiro de craques".

Eram supertimes com todos os atletas praticamente no mesmo nível de qualidade técnica. O próprio  Pelé jamais teria se tornado rei do futebol se não tivesse sido contemporâneo de grandes  equipes formadas por supercraques. Se tiver dúvida,veja as escalações,por exemplo,de alguns times dos anos 1960,1970 e 1980.

Santos 1962: Gilmar,Lima, Mauro, Dalmo e Calvet; Zito, Mengálvio e Pelé;Dorval, Coutinho e Pepe. Bastava pôr a camisa da Seleção nesse time do Santos e ele representaria tranquilamente nosso país.

Fluminense 1970: Félix, Oliveira, Galhardo, Albérico e Marco Antônio; Denílson e Didi; Cafuringa, Flávio, Samarone  e Lula

Botafogo 1962: Manga,Paulistinha, Jadir, Nilton Santos e Rildo;Ailton,Didi e Amarildo;Garrincha,Quarentinha e Zagalo.
Quem duvida que esse time do Glorioso não poderia representar também nossa Seleção?

Cruzeiro 1975: Raul; Nelinho, Darci Menezes, Morais, Isidoro; Piazza, Zé Carlos, Eduardo; Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho

Internacional 1975: Manga; Valdir, Figueroa, Hermínio, Chico Fraga; Caçapava, Falcão, Carpegiani ; Valdomiro , Flávio e Lula.

Flamengo 1980: Raul,Toninho Baiano,Rondinelli,Marinho e Júnior; Carpegiani,Andrade,Tita e Zico; Nunes e Júlio César.

Flamnego 1981 campeão mundial 1981: Raul,Leandro,Marinho,Mozer e Júnior; Adílio,Andrade,Zico e Tita; Lico e Nunes.

Portanto,como você pôde observar,tínhamos grandes Seleções porque tínhamos grandes times,não apenas com um dois grandes jogadores no elenco.Ou seja,os esquadrões desssa nossa época de ouro tinham um bom time do goleiro ao ponteiro esquerdo,(termo em desuso).O que não ocorre atualmente .
A meu ver, nosso futebol-arte se finda em 1986, com a Seleção do mestre Telê,embora não tenha conquistado nenhum título mundial de Seleções. Após esse período,o Brasil conquistou duas Copas,mas longe de apresentar aquele futebol de classe ,elegância ,de técnica e criatividade da Seleção ,por exemplo,de 1970 ou de 1986.  As duas Seleções comandadas por Telê, a de 1982 e a de 1986,foram as duas últimas tentativas de resgate do nosso futebol-arte.

Deixo para reflexão algumas possíveis causas do declínio do nosso futebol:

1. A excessiva mercantilização do futebol com a ingerência de empresários,patrocinadores e redes de TV nas decisões internas dos clubes;

2. Transferência excessiva de jogadores ,principalmente, para o futebol europeu. Na época de convocação da Seleção para disputa da Copa,estão em final de temporada nos respectivos campeonatos dos clubes que defendem. Chegam desgatados fisicamente  e alguns deles já demonstraram uma certa falta de compromisso com a Seleção em razão de já estarem ricos e famosos e por não permanecerem no país para encarar a torcida olho no olho após o fim da Copa . Terminada a Copa voltam para o estrangeiro,como se brasileiors não fossem. Por isso,até os chamam de brasileiros"estrangeiros" com uma certa razão
.
3.Falta de preparo cultural e emocional de alguns jogadores para lidar com a fama e o dinheiro,uma vez que se tornam ídolos e famosos da noite para o dia e com uma excessiva cobertura da mídia. Não tendo noção de seus limites,passam a se colocar acima do bem e do mal e em razão disso se envolvem e participam com facilidade de farras,noitadas,tendo inclusive ,muitos deles se envolvido em escândalos.À época das convocações,esses maus comportamentos não são levados em conta,pois jogador  x ou y é famoso e não pode ficar fora da Seleção.Além da pressão de empresários e patrocinadores para que a convocação de tal atleta seja feita;

4. A excessiva inspiração e importação do estilo europeu de se jogar,com predominância da força física e da marcação. O que vale é o resultado. O futebol-arte não importa mais. Aos poucos,nosso estilo criativo e natural foi, praticamente,substituído pelo estilo europeu. Por isso,nosso futebol ficou realmente "feio" como afirma  a revista inglesa;

5.Nossa entidade maior do futebol tem uma forma monárquica de substituição de seus gestores. É de pai para filho. Mais parece uma empresa privada. Com isso, impede-se a afluência de novas ideias na entidade e sua consequente renovação.No nosso caso,a mesma família administra a CBF desde 1958;

6.Envolvimento de cartolas que comandam o futebol em escândalos,subornos,corrupção de toda ordem e outros vários desvios de conduta,conforme já comprovado por CPI realizada pela Câmara Federal;

7.Falta de identificação e permanência dos atletas com os clubes com os quais assinam contrato. Assim,não criam laços,afetividade,amor pelo clube. Tudo em nome do "profissionalismo" troca-se um clube com o qual se assinou contrato hoje,por um outro com facilidade,amanhã, desde que se ofereça alguns reais a mais.

Certamente,os casos acima citados são do conhecimento de todos que acompanham o futebol. E há outos motivos que não foram elencados. O assunto não se esgota nunca. Mas não crucifiquemos a  revista inglesa. No fundo,ela tem uma certa razão. É bom que aproveitemos  esse questionamento levantado pela revista,para se discutir o nosso futebol e encontrar alternativas de resgate de nosso futebol-arte, a fim de  que sejamos novamente aceitos como o país do futebol bom e bonito. Isso é sonho? Mas pelo menos vamos tentar sonhar. Ou não?

Marcos Antonio Vasco Rodrigues. Professor,escritor,desportista

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

FIFA e CBF apodrecidas por envolvimento em corrupção,segundo Andrew Jennings


Segundo Andrew Jennings, jornalista investigativo da BBC de Londres há mais de 30 anos e responsável pelas primeiras denúncias graves contra a FIFA e seu presidente Joseph Blatter,metade dos cartolas do futebol deveriam estar atrás das grades,entre eles o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ex-presidente da FIFA por 24 anos,João Havellange.

Assista à reportagem realizada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim sobre o envolvimento de cartolas mundiais em graves e tristes escândalos de corrupção e saiba por que FIFA e CBF estão apodrecidas.










http://www.youtube.com/watcfeature=player_embedded&v=zva18_tpgdI


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 Diretoria do Ceará adota discurso de exaltação e orgulho,volta atrás e desiste de participar da Copa Unimed


COLUNISTA: 
Marcos Antônio
DATA: 
9 Jun 2011
 Diretoria do Ceará adota discurso de exaltação e orgulho,volta atrás e desiste de participar da Copa Unimed
Ao ser informado de que o Ceará sofreria punição por desistir ,de última hora, de participar de Copa Unimed 2011, um diretor alvinegro disparou: "Não nos preocupa tanto”. A frase demonstra falta de humildade e indiferença com o Torneio,como se o Ceará fosse permanecer eternamente na Série A ,na Sulamericana ou ser eternamente campeão do Estadual,ou ainda,sempre fazer parte do ranking da CBF de listados para a Copa do Brasil. Claro que, como tudo na vida, o futebol também é momento.Clubes com maior estrutura e tradição no futebol nacional que o Ceará como Vasco da Gama,atual campeão da Copa do Brasil,Botafogo,Atlético de Minas,Fluminense,Corinthians,dentre outros tiveram seus momentos de crise e desceram para a Segunda Divisão. O próprio Fluminense que já amargou a Terceirona,como amarga por exemplo,hoje o Fortaleza.Não seria mais coerente manter sempre uma postura de humildade e procurar conhecer a frase"Quem está de pé cuidado para não cair?". Ora ,não só o Ceará,mas qualquer outro time da Série A,poderá estar amargando a Segundona em 2012 e se não se cuidar, também poderá ir parar na Terceirona como já ocorreu com Fluminense,Guarani de Campinas,Vitória,Bahia e Fortaleza,por exemplo. E até na Quartona,como é o caso do Santa Cruz do Recife. Assim,manter sempre a humildade  seria a  postura ideal da Diretoria alvinegra. Chegará o dia em que o Ceará  terá necessidade  de participar da Copa do Brasil e será obrigado  a disputar a Copa Unimed,(Caso esteja fora do Raking da CBF).Com a frase"não nos preocupa tanto" é como se  o Torneio fosse algo desprezível,descartável,sem nenhum valor e que participar dele fosse um desmerecimento para o Ceará. É uma frase desprovida de humildade, de respeito pelos que momentaneamente não estão na mesma posição que o Ceará,no  caso específico, o Fortaleza. Em outras palavras,é uma frase de pura exaltação e orgulho.
Outra afirmação do diretoria do Ceará“A Copa Unimed não tem tanta importância...". Seria mais adequado que se dissesse: O Ceará no momento desisitiu de última hora de participar da Copa Unimed ,porque está disputando competições mais relevantes . Além disso,ela não nos traz retorno financeiro,mas chegará o dia em que o Ceará poderá participar da competição.Porém, a Copa é importante para o Futebol Cearense e para os outros clubes.
Não esqueçamos,gente: Se  a própria vida é absurdamente passageira,os bons resultados no futebol mais ainda.

P.S. A Copa Unimed indica  a segunda vaga do representante cearense na Copa do Brasil

Marcos Antonio Vasco Rdorigues- escreve contos,artigos e crônicas

domingo, 6 de março de 2011

Diretoria do Fortaleza "cai na real" e os sonhos do Leão renascem

Após a final do primeiro turno do Cearense,conquistado pelo Ceará,a diretoria do Fortaleza se reuniu para discutir sobre a possibilidade de o clube fazer a contratação de novas peças.Há pouco tempo o presidente havia declarado que o time do campeonato era 'esse que aí está'. Mas após o clássico que decidiu o turno a favor do Ceará,a diretoria leonina chegou à conclusão de que sem algumas boas contratações o penta morrerá em sonhos.   Observou que na decisão do turno o timinho do Pici é valente,lutador,mas só isso não basta para conquistar o inédito pentacampeonato.O plantel tricolor precisa ser qualificado com a inclusão de pelo menos mais quatro peças.É bastante válida a política de valorização dos atletas da base,como Bismarck,Régis,Reginaldo Júnior,Vinícius,Leandro,dentre outros,porém na decisão,ficou claramente demonstrado que estes jovens guerreiros precisam  aliar sua garra e vontade  à experiência e técnica de jogadores mais qualificados.Infelizmente,Luciano Henrique,em quem a torcida depositava as esperanças de fazer a articulação da equipe,até o momento,ainda não conseguiu desenvolver o  que produziu em equipes como Santos,Cruzeiro,Sport.Por isso,o meia tricolor está devendo.E muito.Além disso,ficou bastante claro,que o técnico do Leão não dispõe de peças de reposição para fazer uso na hora da necessidade,como fez o rival tricolor na decisão. As substituições realizadas pelo Ceará decidiram o jogo a favor do time da avenida João Pessoa. Veja que um dos principais jogadores do alvinegro ,Iarley,fez um bom primeiro tempo,mas no segundo esteve apagado,sendo substituído por Nicácio. Júnior Pipoca também teve uma participação discreta na partida,sendo também substituído por Osvaldo. Aqui vale o velho chavão: campeonato se ganha com um bom plantel. Se o Fortaleza qualificar seu grupo,com pelo menos quatro boas contratações, terá ainda condição de brigar com chances de conquistar o penta,porque mesmo tendo um bom elenco, o Ceará apresenta deficiências.Por exemplo,as principais peças de ataque do Ceará Geraldo,Iarley, Pipoca,Nicácio,dentre outros,são jogadores veteranos que não apresentam mais um bom preparo físico e nem muita disposição para a correria, e o Leão deve saber tirar proveito também desse detalhe,pois o Fortaleza tem uma média de idade inferior à do Vovô .Mesclando a meninada com jogadores mais experientes teria,em tese, condição de levar vantagem sobre o Ceará,derrotá-lo e levantar a Taça do penta,para em seguida brigar com chances de retornar `a Segundona em 2012. É verdade que o segundo turno será mais difícil. Icasa,Ferroviário,Guarany de Sobral,Guarani de Juazeiro,Horizonte voltarão mais fortalecidos,principalmete Icasa e Ferroviário,que fizeram várias boas contratações. Contudo,mesmo com o crescimento dessas equipes,acredito na final de campeonato entre Fortaleza e Ceará. Um outro grande  sonho que a torcida tricolor almeja,é o  de retornar à Segundona em 2012,conforme já afirmei.Mas vamos com calma e por etapa.Dá-se uma passada de cada  vez.Primeiro  o penta,depois o retorno à Segundona. Certamente a diretoria azul,vermelha e branca,deve ter feito a mesma leitura que faço aqui.Cito aqui um detalhe ocorrido nos minutos que antecederam o clássico desta quarta,02/03.Ouvi uma declaração do presidente do Ceará numa emissora de rádio AM dizendo que o futebol cearense está vivo por causa do Icasa,na Segunda Divisão,e do Ceará na Primeira. Tudo porque o Fortaleza está na Terceirona.Como se  um time que está na Terceira Divisão tivesse sido extinto ou perdido sua história,sua tradição e sua torcida.De certa forma, isto demonstra, no mínimo, falta de humildade e respeito do presidente do Ceará com o Fortaleza e sua torcida.Até essa declaração do dirigente alvinegro,pode ser trabalhada de forma positiva pelo tricolor. Lembro que o atual campeão brasileiro,o Fluminense,experimentou dois rebaixamentos sucessivos: em 1997,caiu para a Segundona e em 1998,para a Terceirona. A trajétoria de erguimento do Pó de Arroz  demonstra que um grande time tem seus tropeços,mas com um bom trabalho da diretoria e com a participação da torcida é possível alavancar o clube novamente. Lembro bem do sofrimento do Flu,na Terceira Divisão. Era chamado de timinho da esperança.Mas por outro lado foi a época de maior paixão e participação de sua torcida pelo retorno do Flusão às Divisões de elite. A torcida do tricolor cearense ,precisa ter esse mesmo espírito que caracterizou a torcida do Flu na Segundona em 1997 e Terceirona em 1998.Aliás,ela já demonstrou sua força,na decisão do turno,dividindo o estádio Castelão meio a meio com a torcida do Ceará.E agora,com a diretoria tricolor caindo na real,as esperanças do penta e do retorno à Segunda Divisão ficam renovadas.

Marcos Antonio Vasco Rodrigues- Escreve contos,artigos e crônicas

 http://recantodasletras.uol.com.br/autores/marcosavasco

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Saudades do Super Esquadrão Tricolor dos Anos 1970

Nos anos 1970 torcer pelo Fortaleza era só alegria. O time era bom. Lembro bem da equipe titular de 1973 -Cícero, Louro, Pedro Basílio, Queiroz e Bauer; Chinesinho e Zé Carlos; Amilton Rocha, Amiltom Melo, Marciano e Plínio,(Lucinho,Beijoca,Lulinha...). Era difícil sair do estádio amargurado com um time desse.Ah,espera aí,teve uma zebra, sim,no Campeonato Cearense de 1973. Eu estava lá, no velho PV com minha mãe e vi o Calouros do Ar derrotar o nosso super time por 5 a 4. Tinha um ponta esquerda chamado Piçarra e um meio campista chamado Décio Pelé.Eles jogaram muito naquele dia,aliás todo o time do Calouros do Ar jogou muito.Era o dia deles.Minha mãe tinha razão "É o dia deles".Mas tristezas desse tipo naquele ano,eram difíceis de acontecer.A gente ia ao estádio para ser feliz,sentir alegria pelo futebol que o time apresentava em campo e pelas vitórias conquistadas.Não que os outros times fossem páreos fáceis. Pelo contrário, Ceará, Ferroviário,Guarany de Sobral formavam também super times.O Ferrim,time campeão de 1970,tinha uma grande formação: Amiltom Melo,Abelardo Coca-Cola,Simplício,o canhão da Barra,Birungueta,Edmar.Só para citar alguns craques. Mas voltemos ao ano de 1973. O Ceará,com um super time,ganhou o primeiro turno e o Fortaleza, o segundo.No dia 8 de agosto,eu e minha adorável e inesquecível mãe,estávamos lá,no estadinho do PV lotadinho,torcendo como nunca pelo meu tricolor.No tempo normal,ninguém venceu.Deu empate. E minha mãe dizia: "não te preocupa,menino,a gente vai ganhar na prorrogação.Ela sempre confiava no time mais que eu. Também pudera! Eu era só um pré-adolescente,torcendo mais que os adultos pelo meu time de coração. Na prorrogação, Amiltom Rocha fez o gol do título.O estadinho da Gentilândia quase vai abaixo.Minha saudosa mãe havia acertado de novo:"A gente vai ganhar".E ganhamos.Esse dia está guardado no meu relicário de saudades.Aliás,dizem que sentir falta do que é bom,é ser saudosista. Mas que mal há em ser saudosista?
Décadas depois, eu continuo torcendo pelo Fortaleza,mas é tudo muito diferente. A gente vai ao estádio com o coração preparado para sentir tristeza.À época em que comecei a torcer pelo Leão,vencer os super times do Sul e do Sudeste era rotina.Eu vi naquele mesmo ano de 1973, o Leão derrotar o super time do Fluminense,dentre outros super esquadrões.
Atualmente,embora seja o campeão estadual da década,em termos nacionais,o Fortaleza está amargando a Terceira Divisão e perdendo jogos de forma rotineira para times modestos do Pará e do Amazonas. O time atual não é sequer sombra dos super esquadrões dos anos 1970,especialmente do de 1973. Teme-se que, embora o time possua uma das maiores torcidas do país,o Tricolor cearense fique orbitando em divisões inferiores do futebol nacional,e a torcida,como eu, fique se alimentando apenas das glórias passadas da equipe.

Marcos Antonio escreve contos,artigos e crônicas.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Desse jeito, Leão,o penta vira sonhos de quimera

Desse jeito, Leão,o penta vira sonhos de quimera( fantasia absurda; ilusão)
O sonho da conquista do pentacampeonato cearense pelo Fortaleza começa a tomar ares de quimera.O time tricolor após uma boa arrancada no Campeonato com três vitórias seguidas e plantar esperança no coração da torcida, começou a declinar a partir da quarta rodada,quando vencia o Limoeiro por 2 a 0 no Bandeirão e permitiu o empate ao adversário no final do jogo.Com o empate de hoje (02/02) no domingão,em 0x0 contra o Horizonte, o Fortaleza acumula quatro partidas sem vencer.Em doze pontos disputados,o Leão conquistou apenas três. Pior: a equipe cai de produção a cada jogo e apresenta falhas antigas em seus setores de defesa e contenção e não consegue se arrumar em campo.Jogadores em quem a torcida esperava que melhorasse o desempenho do time,como  Luciano Henrique,Ricardo Baiano,Gilmak ,dentre outros não conseguiram até o momento contribuir para a melhora do futebol da equipe.Não conseguiram alavacar o time. A equipe pena bastante para vencer ou empatar com adversários considerados tecnicamente inferiores. Venceu às duras penas em seu estádio,o Tiradentes por 2 a 1,em seguida ,venceu apertado, também no Alcides Santos, o Itapipoca por 3 a 2 e ganhou o clássico das cores,com muito aperto. Com a possível não classificação para disputar a segunda fase do Campeonato,o tricolor trará com a desclassificação vários prejuízos e dificuldades.Dentre elas, o agravamento das dificuldades financeiras e a perda de paz de todos os que "fazem". O Leão. O Certo é que no início,o time estava em formação e a torcida confiava que a equipe,mesmo com carênca em todos os compartimentos, fosse se ajustando ao longo das partidas.Mas o que ocorre é rigorosamente o inverso.Até se entende que o time está se formando ao longo dos jogos. Isto também deve ser levado em conta,mas é verdade também que equipes que foram desmontadas como o Guarany de Sobral,já reagiu e com a vitória de hoje sobre o Ferrim,o Bugre sobralense passa o ocupar a vice liderança da competição.
Ao contrário do Guarany sobralense, o time tricolor só vem caindo de produção a cada jogo,à exceção do bom primeiro tempo contra o Ceará,no clássico.Após o empate de hoje com o Horizonte, a diretoria deveria urgentemente fazer a contratação de pelo menos quatro ou cinco bons jogadores com melhor nível técnico(se houvesse condição) para voltar a sonhar com o penta.Com esse time e essa bola,seu maior rival não encontrará dificuldades para ganhar de "arrastão"o título cearense.Sem contratações,seria ousadia e ingenuidade continuar falando em penta.
O estranho é que times considerados pequenos,como Tiradentes e Guarani de Juazeiro conseguem fazer times competitivos com jogadores"refugos" do próprio Fortaleza.Cleiton do Tiradentes,Jérson,Niel do Guarani de Juazeiro,por exemplo. Por que esses atletas não conseguem produzir no Fortaleza e produzem muito bem em times considerados pequenos? Seria apenas o "peso da camisa?".Teoricamente,Ceará,Guarany de Sobral eTiradentes seriam os três primeiros colocados.Se melhorar o rendimento,o tricolor poderá sonhar ainda com uma das quatra vagas para a segunda fase do Cearense,ou amargar prejuízos e decepção sendo eliminado do primeiro turno e se preparar para conquistar o segundo, e assim, realimentar o sonho do penta.Mas nesse caso, metade da penta já terá ido embora.Do jeito que vai,o penta são sonhos de quimera.


Marcos Antonio Vasco Rodrigues